O Museu do Ouro recebeu, no dia 3 de março, três publicações raras do escritor sabarense Aníbal Machado (1894-1964) que foram incorporados ao acervo da instituição. Os livros foram doados pelo também escritor e cordelista Olegário Alfredo, que participa do Clube de Leitura Iniciados de Aníbal, promovido pelo Museu.

São edições raras de obras importantes do autor modernista: o ABC das Catástrofes (Edições Hipocampo, 1951); a primeira edição de Vila Feliz (José Olímpio Editora, 1944); e a primeira edição de Cadernos de João (José Olímpio Editora, 1957).

O primeiro trata-se do exemplar número 9 da 1ª Edição do livro, de uma tiragem de 106 exemplares, numerados e assinados pelo autor. Tal exemplar, foi disponibilizado em um site de vendas pela internet, e adquirido pelo senhor Olegário com o propósito da doação ao Museu. Os outros dois já pertenciam ao acervo pessoal do doador.

Além das três publicações raras, Olegário Alfredo doou um exemplar do livro A Morte da Porta-Estandarte e Outras Histórias (José Olímpio Editora, 1972), do mesmo autor, e dois exemplares do cordel: Aníbal Machado – o grande escritor de Sabará que jogou no galo e fez o primeiro gol do time em 1909, de autoria do próprio Olegário.

Clube de Leitura

Desde 2016, o Museu do Ouro promove o projeto Clube de Leitura Iniciados de Aníbal, com o objetivo de estimular o interesse e o conhecimento da produção literária do escritor Aníbal Machado. Por meio da realização de ciclos de estudos em que são promovidas sessões literárias, palestras, leituras dramáticas e outras ações, o Museu busca valorizar os marcos da memória local.

As atividades do Clube de Leitura são gratuitas e abertas a todos os interessados. Para mais informações e inscrições, entrar em contato com o Museu do Ouro, por meio do telefone (31) 3671 1848 ou e-mail: isabella.menezes@museus.gov.br.

Aníbal Machado

Nascido em Sabará (MG), Aníbal Machado se formou em Direito, em Belo Horizonte, no ano de 1917. Foi professor de História e crítico de artes plásticas no Diário de Minas, onde trabalhou com os poetas Carlos Drummond de Andrade e João Alphonsus de Guimaraens. Depois de atuar na carreira jurídica em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, também trabalhou como professor de literatura do Colégio Pedro II (RJ).

Modernista, colaborou com os periódicos Revista de Antropofagia, Estética, Revista Acadêmica e Boletim de Ariel e foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores, quando organizou o 1º Congresso Brasileiro de Escritores, em 1945.

É autor de Vila Feliz, Cadernos de João, Viagem aos Seios de Duília, Tati, A Garota e A Morte da Porta-Estandarte, entre outros. Ajudou a fundar vários grupos teatrais, tais como Os Comediantes, o Teatro Experimental do Negro, o Tablado e o Teatro Popular Brasileiro. Traduziu peças de Anton Tchekhov e Franz Kafka, e escreveu a peça O Piano, adaptada da novela de mesmo nome. Por esta peça, recebeu o Prêmio Cláudio de Sousa, da Academia Brasileira de Letras. Teve seis filhas, entre elas, a escritora e teatróloga Maria Clara Machado.