Instituto Brasileiro de Museus
Museu do OuroMuseu do Ouro passa por requalificação e terá sede provisória em Sabará durante obras

O Museu do Ouro, sob gestão do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), entra em uma nova fase de sua história com o início de um amplo processo de requalificação que envolve obras de restauro e a transferência técnica e segura de seu acervo para um espaço provisório com a continuidade de suas atividades culturais. A instituição, localizada na histórica Casa de Intendência e Fundição de Ouro de Sabará (MG), permanecerá interditada ao público durante as intervenções, mas seguirá próxima da comunidade por meio de ações educativas, culturais e de difusão da memória.
Transferência de recursos do PAC – Iphan para Ibram
A medida foi possível graças à transferência de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Cidades Históricas), originalmente alocados ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para o Ibram, órgão responsável pela gestão do Museu. Esses recursos permitirão a execução de um conjunto de obras voltadas à preservação do edifício e à segurança do público e do acervo. O projeto contempla o restauro arquitetônico do Museu do Ouro, edificação do século XVIII tombada pelo Iphan e que abriga o museu desde sua criação, em 1946, além do restauro do seu anexo, a Casa Borba Gato, construção também datada do século XVIII. As obras incluem recuperação estrutural, atualização das instalações elétricas e hidráulicas, implementação de sistema de prevenção e combate a incêndios, melhoria da acessibilidade e instalação de climatização adequada à conservação do acervo. Trata-se de uma intervenção completa que visa modernizar o espaço sem perder sua autenticidade histórica.
Logística do acervo e protocolos de conservação
Outro aspecto essencial para a viabilização das obras foi a definição de estratégias de conservação e guarda do acervo do Museu do Ouro, considerado um dos mais significativos conjuntos ligados à mineração aurífera em Minas Gerais. Para garantir sua integridade durante o período de interdição, o Ibram está em processo de articulação de um Acordo de Cooperação Técnica com a entidade da Sociedade Civil, Instituto Joaquim. A parceria entre Ibram e Instituto Joaquim prevê o deslocamento controlado das peças para um espaço seguro e monitorado, com acondicionamento adequado e observância a protocolos técnicos de conservação preventiva, como controle rigoroso de temperatura e umidade, monitoramento de pragas e embalagens de proteção individualizadas. Essa operação assegura que o acervo permaneça íntegro e acessível para pesquisas, além de pronto para retornar ao espaço expositivo após a conclusão das obras. Também há a previsão de montagem de expografia para uma nova exposição do acervo museológico.
Acordo de Cooperação Técnica com a Prefeitura de Sabará
Para não interromper a presença do Museu do Ouro junto à comunidade, o Ibram firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Prefeitura de Sabará. O documento garante a cessão de um espaço cultural provisório no município, que receberá uma exposição com o acervo do museu, além de atividades educativas e culturais durante o período em que o Museu do Ouro permanecerá fechado. Essa solução reflete o esforço conjunto entre União e município para assegurar que o museu siga cumprindo seu papel social e educativo, mesmo diante da necessidade de obras estruturais. O espaço provisório, conhecido como Solar do Padre José Correia, e localizado no centro da cidade permitirá que a população continue a vivenciar o patrimônio cultural e fortalece a relação do museu com a cidade, consolidando Sabará como referência no campo da memória e da preservação histórica.
Patrimônio histórico e memória nacional
Inaugurado em 1946 e incorporado ao Ibram em 2009, o edifício do Museu do Ouro é uma construção datada do século XVIII que já foi residência de importantes figuras do período colonial. O prédio, de grande valor histórico e arquitetônico, é testemunho do ciclo do ouro em Minas Gerais e da formação econômica, social e cultural do Brasil. Ao longo de décadas, o museu tem preservado e difundido acervos que retratam a mineração, a religiosidade e a vida cotidiana no período colonial. Seu fechamento temporário, embora necessário, abre caminho para a preservação a longo prazo e para a renovação de sua infraestrutura, assegurando que futuras gerações tenham acesso a esse patrimônio singular.
Continuidade e compromisso
O processo de requalificação do Museu do Ouro reflete a prioridade do Ibram em garantir a preservação do patrimônio cultural brasileiro, aliando investimentos federais, parcerias locais e rigor técnico. Com as obras de restauro, a logística de proteção do acervo e a instalação de um espaço provisório em Sabará, a instituição se prepara para um novo ciclo de atuação, mais moderno, acessível e próximo da sociedade. Segundo o Ibram, trata-se de um passo decisivo para assegurar a integridade do edifício e a vitalidade de suas ações culturais: “O compromisso do Museu do Ouro vai além da preservação material; ele está voltado também à valorização da memória e à integração com a comunidade sabarense e com o país”. Fernanda Castro, presidenta do Ibram.
Categoria Cultura, Artes, História e Esportes
Originalmente publicado no site do Instituto Brasileiro de Museus. Clique aqui para conferir.